Instantes
E já passaram 7 meses daquele instante...
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E já passaram 7 meses daquele instante...
Hoje farias 7 meses, estarias conosco de férias... irias para a piscina na parte da manhã, chapinhar com os teus pés fofinhos, iriamos almoçar e depois fazer uma sesta, mais à tarde iriamos dar um saltinho à praia e irias brincar na areia com a Maria e o pai iria fazer uma piscininha na areia para as 2 estarem a brincar... iriamos tirar muitas fotografias e iriamos ser muito felizes!
Beijinhos com saudades...
Lembro-me de estar no ano passado no mesmo lugar e imaginá-las a dormir no quarto... lembro-me das conversas da Maria com as amigas da piscina a dizer que o Pai Natal iria trazer-lhe a mana e uma das meninas mais velha lhe explicar que isso não podia ser, que a mãe teria de ir ao hospital... tantas recordações...
No outro dia na varanda, estava eu e a Maria a olhar para o Céu, olhando para a estrela mais brilhante perto de casa, referiu que era a irmã que estava ali pertinho de nós... fiquei derretida com o carinho...
Hoje farias 6 meses... é impressionante como o tempo passa tão rápido... tenho muitas saudades tuas, meu amor...
Hoje há um ano atrás fiz a ecografia do 1º trimestre por volta da hora do almoço... estava tudo bem e parecia ao médico que viria aí uma menina... fiquei tão feliz, tendo sido a minha primeira reação de "Já me safei com a Maria!" que já tinha "embirrado" que queria uma mana... nesse dia, depois à tarde fui cortar o cabelo quase num ato de liberdade e de deixar preocupações para trás e mais tarde assistimos ao primeiro jogo de Portugal no Euro 2016 em que não começámos da melhor forma, mas acabámos em beleza... foi um dia feliz!
Hoje sonhei com a família a 4... estávamos os 4 na cama ao acordar, elas estavam sentadas às gargalhadas e a Sofia disse Mãmã...
Talhado para mim
Mal o conheci, eu achei-o desse modo
Logo pude perceber o fado que ia ter
Por ver nele o fado todo
Chega de tragédias e desgraças
Tudo a tempo passa, não há nada a perder
Meu amor de longe voltou
Só para me ver
Lembro-me cantar esta música no carro com a Maria no banco de trás e a Sofia na barriga... vinha aí o "meu amor de longe"...
Esta semana deparei-me com esta história:
http://www.sabado.pt/vida/familia/detalhe/dois-bebes-na-barriga-so-um-nasceu
Efetivamente me convenço mais que todos somos "pequenos milagres" por termos conseguido estar aqui vivos e de boa saúde e com vidas ditas normais... existe tanta probabilidade de algo correr mal que as mães quando tudo corre bem, nem conseguem "dar valor" ao milagre que lhes aconteceu...
Faz hoje 5 meses que também estive perante um Conselho Médico que nos indicou com todos os detalhes médicos e não médicos o diagnóstico da Sofia e do futuro que iriamos enfrentar... não foi uma surpresa de todo, mas o grau de gravidade não estava à espera... foi um choque... por isso revejo-me tanto nestas palavras:
"(...) fui para casa, pesquisar. Queria encontrar alguma coisa que me dissesse que aquilo não era grave. Mas percebi que poderia vir a ter uma criança alimentada por tubos, que viveria numa cadeira de rodas, dependente de máquinas para respirar... Há vários graus de incapacidade. Nenhum era bom. Uma interrupção da gravidez neste tempo gestacional tem de ir a conselho médico, mas o problema de saúde era suficiente para se fazer. Cabia-nos a nós a decisão.(...)"
Felizmente não nos colocaram propriamente a decisão nas mãos, mas perante a inevitabilidade todos decidimos o que seria melhor...
"(...) tomámos esta decisão porque achámos que seria egoísta da nossa parte trazer ao mundo uma criança que ia sofrer, possivelmente, até ao resto da vida. E, além disso, faríamos sofrer outra criança que, à partida, não tinha qualquer problema e que iria levar com este fardo de ter um irmão doente.(...)"
Realmente um dos motivos maiores foi sem dúvida a Maria, com 4 anos colocá-la com este "fardo", era impossível... por outro lado o egoísmo é relativo... era egoísmo da minha parte continuar com a vida da Sofia só para eu poder senti-la mais uns meses, cheirá-la, dar colinho, amá-la... mas também foi egoísmo querer continuar com a nossa vida a 3, sem as dificuldades que aí viriam... é uma dualidade de sentimentos, mas cujo o egoísmo que salvaguardava o sofrimento da Sofia prevaleceu... era isso que também queria para mim em caso extremo deste... não poderia querer uma filha a sofrer... sei que ela por agora estará melhor... apesar de todas as saudades e vazio que nos deixou...
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06 Janeiro, 2018
Gosto muito deste pai... embora difícil de conseguir plenitude em todos os campos da vida... (...)